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A Q U A 

E

L

A

Brasil, meu Brasil brasileiro

Meu mulato inzoneiro

Vou cantar-te nos meus versos…

O que seria do nosso país sem música para ouvir e poesia para recitar?

Música, pintura, dança, literatura, teatro e cinema fazem parte da identidade do brasileiro. E para que sejamos os patriotas conscientes que colocam a mão no lado esquerdo do peito com orgulho ao som do brado retumbante no Hino Nacional Brasileiro, precisamos saber porque somos o que somos.

Seja no sertanejo, ou no rock; na capoeira ou no ballet; nos livros de Machado de Assis ou da Carina Rissi; em toda expressão artística podemos encontrar um pouco de nós. A nossa cultura é o que nos torna únicos. O sangue verde e amarelo que faz o coração pulsar é formado de tanta riqueza artística, que é imprescindível conhecermos e apreciarmos a arte do Brasil.

A nossa arte é presente e é nosso dever saber o que produzimos artisticamente. O jeitinho brasileiro é mais rico do que nós imaginamos.

Aqui você terá a oportunidade de ver como a arte tem contribuído a nós, e o que ela nos oferece hoje.

 

Fique à vontade!

POR:

Fernanda Silva, Gabriel Dias, Mariela Espejo, Sarah Dornelis e Vitória Ribeiro.

NOSSAMÚSICA

"Samba, eterno delírio do compositor
Que nasce da alma, sem pele, sem cor
Com simplicidade, não sendo vulgar
Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural
O samba floresce do fundo do nosso quintal"

Fundo de Quintal

SAMBA

O samba foi criado em 1901 e nos acompanha até os dias de hoje. Se refez muitas vez e ainda se refaz, sempre mudando para melhor. De roda, de enredo, de fundo de quintal, não importa qual for, ele sempre vai espantar a dor e trazer alegria, esse é o samba. Venha conhecer mais sobre a história do bom e velho ritmo!

Descubra o quanto você está ligado na música BRASILEIRA!

Do escritório aos 

PALCOS

Estava navegando nas redes sociais quando de repente me deparo com o perfil  Dulcineia Enferruja. Deixei meu dedo correr pela tela do celular e logo reparei que se tratava de dois artistas que provavelmente além do amor pela música, existia amor entre os dois. Corri para escutar a música deles. Mergulho. Dona de uma batida calma e uma letra cheia de significados, me encantei. Rapidamente entrei em contato com o casal e confesso que não tinha expectativas de que me respondessem. Entretanto, para minha surpresa, mesmo com agenda lotada aceitaram contar um pouquinho sobre a banda Dulcineia Enferrujada.

GABRIEL

Música é cura, é aprender a ser humilde, generoso. Me faz estar perto de pessoas que admiro e que admiram nossa arte.

TIAGO

Para mim, música é a expressão artística mais mágica que tenho para me comunicar com o mundo

Como surgiu Dulcineia Enferrujada e de onde veio a inspiração para o nome?

 

Quando começamos a namorar descobrimos a música como paixão em comum. Começamos a aprender a tocar juntos, até que uma amiga nos convidou para integrar uma banda para fazer a trilha sonora ao vivo de uma peça de teatro chamada Tempografia. Ficamos um ano em cartaz com essa peça e depois que ela terminou a gente quis continuar a fazer apresentações, daí o Tiago surgiu com a ideia de montarmos a banda e pensou no nome Dulcineia Enferrujada, que vem de uma música do Tom Zé (Dulcineia Popular Brasileira).

Vocês sempre tiveram o desejo de seguir com a música?

A música sempre esteve muito presente nas nossas vidas mas nunca havíamos pensado na possibilidade de seguir carreira musical. Até porque não havia artistas nas nossas famílias, então isso era visto como uma coisa muito distante, um hobby. O Tiago seguiu carreira de designer gráfico e Gabriel seguiu como executivo de escritório, até que decidimos, depois de muitas crises, abrir mão das nossas profissões aos 30 anos para podermos começar de novo fazendo aquilo que a gente realmente gosta e acredita como sendo o melhor que temos a oferecer.

O que incentivou vocês a continuar correndo atrás dos seus objetivos?

A efervescência artística do nosso tempo e a facilidade de criar e produzir música em casa nos deu força e colocou nas nossas mãos a possibilidade da gente se criar como artista. O problema é que essa esfera tem um limite e precisa de um conhecimento muito grande para produzir com qualidade um fonograma que possa veicular juntamente das outras produções sem uma quebra perceptível na qualidade.


Produzimos sozinhos dois álbuns em casa e percebemos que precisávamos criar coletivamente com pessoas que tivessem capacidade de produzir em um nível de qualidade que sozinhos não conseguiríamos fazer. Foi aí que vimos a necessidade de aliar nosso trabalho a outros produtores que pudessem esclarecer os passos necessários para a realização desse processo e tivessem estrutura e capacidade de criar arranjos, gravar e refletir no som a nossa personalidade.

As metas e objetivos têm sido a busca por um trabalho que expresse nossa verdade. Temos um cronograma a cumprir, mas precisamos ser flexíveis e sempre estarmos atento a possíveis mudanças no direcionamento. Afinal, estamos falando de criação artística cuja função principal é registrar a arte que criamos com qualidade.

 

Vocês acabaram de lançar Mergulho, o primeiro single de Dulcineia Enferrujada, como foi criar e divulgar o trabalho?
 

Foi um processo muito engrandecedor artisticamente. Tivemos encontros com ótimos profissionais da área, gente que já está batalhando há um bom tempo no meio e que estão nos orientando e ajudando a colocar pro mundo nossa arte. Descobrimos que além da música existe muita coisa por trás para que nossa arte consiga alcançar um público maior: figurino, maquiagem, fotografia, identidade visual da banda, conceito do trabalho que estamos lançando, estratégia para lançamento, etc. etc. Cada hora nos vemos na frente de um novo desafio que nos faz crescer pessoalmente e artisticamente.

 

Vocês já mostraram ter uma grande paixão pela música, mas o que ela realmente significa para cada um?

 

Gabriel: Pra mim música é cura, é aprender a ser humilde, generoso. Me faz estar perto de pessoas que admiro e que admiram nossa arte. Ela me impulsiona a crescer espiritualmente, a me desbloquear, a querer enfrentar novos desafios, me tira da minha zona de conforto.

Tiago: Pra mim música é a expressão artística mais direta e ao mesmo tempo mais mágica que tenho para me comunicar com o mundo. É o que flui naturalmente em mim. Com a música consigo comunicar o que sinto, o que vejo e o que vivo, e naturalmente isso reflete no outro e assim ocorre uma comunicação sensorial que está além do nosso entendimento racional.

 

Vivemos em país que infelizmente nem a música brasileira e nem os novos que estão surgindo são valorizados. Para vocês qual é a importância dessa valorização tanto para os artistas quanto para a música?

 

É muito importante, claro. Precisamos valorizar os artistas de hoje, que estão criando coisas atuais e que estão decodificando o nosso tempo em forma de arte. Não tem essa de "só antigamente é que tinha música boa", tem coisa excelente sendo criada hoje em dia. Aproveite a possibilidade que a internet nos dá para pesquisar coisas novas, tenho certeza de que vai encontrar algo que agrade.

E para finalizar, qual o conselho que vocês dariam para quem tem o desejo de seguir careira musical?

 

Só um? (Risos) Acho que principalmente não ter ansiedade para que as coisas aconteçam. O trabalho é diário e constante, o retorno dele você precisa enxergar já no presente senão sempre estará insatisfeito pensando nas metas futuras e isso vai minando a sua força e confiança. 

Outra coisa é que música é feita em comunhão, precisamos deixar o outro trabalhar e produzir com a gente, saber lidar com as pessoas e opiniões que surgem. Ninguém faz nada sozinho, dependemos do encontro com o outro.

brasileirinhas

Caso você tem tirado uma pontuação baixa no nosso teste ou apenas quer renovar sua playlist de música brasuca, separamos algumas músicas que você não pode deixar de escutar. Tem desde MPB até o bom e velho sertanejo, aproveite!

Reverberando a música brasileira 

Cansados de cruzar a cidade à procura de acontecimentos artísticos que valorizassem a nossa cultura, eles decidiram criar seus próprios eventos culturais que reverberassem o que a música brasileira tem de melhor. Tulio Baía, Dudu Ribeiro e Luísa Breda deram início, em 2009, ao Tupiniquim. “A ideia surgiu em conversas despretensiosas no Rosas, um antigo reduto da boemia musical da Barra. E foi reforçada em súplicas de cansaço no ônibus chacoalhante da Lapa para o Recreio às 5h da manhã”, lembra Tulio Baía.

O objetivo do projeto idealizado pelos três jovens ia muito além de apenas produzir eventos que lhes agradassem. “A ideia era mostrar que a música brasileira é incrível e diz muito sobre nós, brasileiros: expressões, origens, histórias, ritmos, nossa criatividade, nossa capacidade de misturar, de fazer algo simples, poético e arrebatador", afirma o idealizador.

Explicar o que é o projeto Tupiniquim pode ser uma tarefa difícil, como eles mesmos dizem, mas de qualquer forma tentam resumir. “É preciso estar e sentir. Mas já que tenho que dizer, diria que é um projeto de reverberação da música e da cultura brasileira por meio do encontro de seres interessados interessantes em uma experiência catártica coletiva, da pesquisa e discotecagem da música brasileira e da produção de conteúdos relacionados", explica Tulio.

Já faz oito anos que o projeto existe. Muita coisa mudou e cada um seguiu seu caminho, mas o Tupiniquim continua com a mesma essência e proposito do início. Hoje Tulio Baía, continua agitando o projeto como Dj, comunicador e idealizador, com a ajuda de profissionais como, Thiago Zunto, Produtor Artístico e Executivo, Wolmin Dahgrota, diretor Visual e DJ e Eudes Veloso, produtor e Administrador.

Entenda através da própria música o que é esse estilo:

A música é boa por si só, mas, você já sentiu aquela vontade de mover o corpo ao som de um sertanejo?

A dança também faz parte da identidade brasileira!

O ritmo está no sangue?​

O papel da escola 

Além dos movimentos

 País da fanta no  

 FREVO

Carlos 

Carlos 

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O Brasil é gigante em extensão, e não apenas em extensão mais também em diversidade cultural, social e histórica que consequentemente resultaram em danças tradicionais e típicas para cada região. Muitas vezes temos dificuldade em entender nossas danças, nossa história, nossa cultura, mas meu grande questionamento era o que resto do mundo pensa sobre nossas danças? Na busca por respostas a essa indagação encontrei José Carlos da Silva, pernambucano, que decidiu partilhar nossa cultura e arte em Berlim. Formado em danças populares e em dança contemporânea introduziu o frevo na Alemanha onde ganhou o apelido de Carlos Frevo.

Qual foi o seu primeiro contato com a dança?

A origem de dança na minha vida veio de casa, minha mãe dançava muito, fazia muita festa. Quando criança a gente dançava muito em casa todos os aniversários, todas as festas da vizinhaça. Sempre estavam próximos a cultura popular nordestina ali, maracatu, coco, ciranda, forró, o samba, então eu vivi muito isso. Comecei me profissionalizar com 15 anos de idade em Pernambuco. Daí por diante foi evoluindo esse meu trabalho de dança. Já estou na Alemanha há 15 anos, desenvolvendo um trabalho com a dança brasileira. Na Alemanha fiz capoeira Angola, aula de jazz e até hoje vou fazendo aulas de vários tipos de danças. Afinal a formação de um profissional é infinita, a cada dia um pouco mais, o movimento da cultura é um movimento não algo estático.

Como os alemães veem a dança brasileira?

Há 15 anos atrás quando eu cheguei aqui em Berlim não se falava de outra dança a não ser o samba. Aos pouquinhos fui mostrando o outro lado das danças brasileiras, mostrando um pouco mais sobre o Nordeste, o forró, o frevo, o maracatu, o coco, mas sem esquecer o samba e outras danças fortes no brasil.

As pessoas aqui têm um carinho muito grande pelo Brasil, porquê ele é um país de festa. E quem não quer ir na casa de uma pessoa que só tem festa. Os alemães adoram a cultura brasileira. É super aceita aqui.

Onde você encontrou mais dificuldade de ensinar dança brasileira, na Alemanha ou no Brasil?

As dificuldades de trabalhar as danças brasileiras aqui na Alemanha, são as mesmas dificuldades de trabalhar as danças brasileira no Brasil. Você tem que convencer as pessoas a virem nas aulas, frequentar os bailes, escutar a música brasileira. No Brasil acontece o mesmo as próprias rádios não tocam maracatu, não tocam o frevo, não tocam ciranda, o forró toca só em determinadas regiões do brasil. Então eu diria que são mais ou menos as mesmas dificuldades que tem aí, são aqui temos aqui.      

A única diferença é que aqui as pessoas não conhecem o nome das danças, no Brasil a maioria das pessoas já conhecem. Então nosso desafio aqui é fazer o nome ficar conhecido, é fazer as pessoas saberem que existem vários tipos de samba, que existe um brasil multicultural. E que o Brasil é imenso e que existem vários tipos de cultura que podem se destacar na Europa.

Existe algum tipo de estereótipo predominante sobre as danças tradicionais brasileiras?

A imagem que tem é que no Brasil tudo é festa,festa e festa, que tudo está relacionado ao carnaval que é a festa mais conhecida. Por exemplo, as pessoas acham que para fazer aulas de samba é preciso estar com alguma fantasia. Infelizmente o próprio brasileiro tem um estereótipo das danças tradicionais, se você tem uma boa condição financeira no brasil, você jamais coloca os filhos para fazer aula de samba, frevo ou maracatu, são poucos os lugares que desenvolvem isso no Brasil. As pessoas acham que determinado tipo de cultura que vieram da periferia vão ficar para sempre na periferia. Sendo que a periferia é o lugar mais rico que tem em qualquer lugar do mundo é de lá surgem os grandes movimentos culturais.

E o que fazem para romper essas barreiras?

Eu trabalho com algumas palestras para quebrar alguns estereótipos da cultura brasileira. Explico que nem todas as nossas danças surgiram no carnaval e que nossa cultura vai além do carnaval. Ressaltamos que o carnaval não é só festa,  que os brasileiros levam muito a sério o carnaval, existem as escolas de samba, as agremiações, os grupos, as pessoas que tocam. Contamos todo o contexto da multiculturalidade brasileira, afinal são poucas as pessoas aqui que conhecem por exemplo que em Pernambuco tivemos os judeus, e lá fica a primeira sinagoga da américa latina, que tivemos influência dos holandeses, dos portugueses, mas também tevivemos influencia dos indios e africanos de várias etnias. Nas aulas de dança, desenvolvemos um trabalho de aprendizagem e didática, para que eles entendam que para dar aula é necessário estudar e dedicar um bom tempo para isso. Já no processo de divulgação, usamos o faceboook, twitter, o instagram, panfletos, cartazes, mas são poucas as vezes que nos apresentamos na televisão mostrando a cultura brasileira.

Quais seriam as contribuições brasileiras para uma melhor divulgação da nossa cultura no exterior?

Eu acho que se no próprio brasil tivesse uma divulgação maior da grande mídia, televisão e jornais para esse tipo de cultura, a gente teria uma facilidade bem maior aqui. 

O que é o Siriri?

Outra forma de usar o corpo

No Instituto SER, as artes cênicas são uma ferramenta para tratar o autismo. 

Além do ritmo da música, da dança e do teatro, a arte brasileira está registrada de forma concreta através da pintura.

Zeca Baleiro - Mais Um Dia Cinza Em São Paulo (CD Concerto) [Áudio Oficial]
05:15
Itamar Assumpção - Venha Até São Paulo (1994)
04:43
Toquinho & Gilberto Gil - Tarde em Itapoã
03:28
Adoniran Barbosa   Trem das onze 1964
02:44
Tom Jobim: Garota de Ipanema (com Vinicius de Moraes)
03:38
Porto Alegre (Nos Braços de Calipso)
03:44
Alceu Valença - Pelas Ruas Que Andei
02:58
Kleiton e Kledir - Deu prá Ti - (Com Letra na Descrição) -  Legendas - (CC)  - 1981
04:41

"Em pintura pode-se experimentar tudo. Tem-se mesmo esse direito. Com a condição de nunca se recomeçar".

 Pablo Picasso

Arte Fractal

Você conhece a Arte Fractal? São aquelas imagens criadas a partir de funções matemáticas chamadas "fractais" e os resultados dos cálculos são transformados em imagens. As imagens fractais são os gráficos resultantes dos cálculos e as animações são as sequencias desses gráficos. Meio complexo né? Pois o seu Thomás de Aquino, não o religioso São Tomás de Aquino, mas o Sr. Aquino lá do interior de São Paulo, Artur Nogueira, inventou a próprio estilo artístico a partir da ideia dos fractais. Com mais de 30 anos envolvido no mundo artístico, ele denomina a sua arte de "Fractais Aquinianos". 

O que é arte?

Você já ouviu essa pergunta alguma vez? A verdade é que a arte não pode ser definida em um conceito fixo e universal. Mas há uma pergunta que cuja resposta abrirá portas a destinos inimagináveis.

Onde está a arte?

ARTEURBANA

Arte não é apenas um hobby, também

​É PROFISSÃO

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"Faço grafite pois faz parte do meu estilo de vida, está no meu viver todo esse universo. Meu filho está aprendendo tudo que estiver ao alcance dele desde seus primeiros anos de vida, para uma criança da idade dele, possui muitos conhecimentos teóricos e práticos. Já pintamos juntos, ele conhece a galera, identifica na rua as pinturas, sabe o terreno que pisa." 

A vida dele não pode ser resumida em nome, cidade de nascimento, idade, profissão, como ele mesmo descreveu. Porém, para manter o protocolo, segue o resumo necessário. Felipe da Silva dos Reis, Porto Alegre RS, 39 anos, grafiteiro. Cansado das perguntas filosóficas e profundas sobre arte, detalhar a sua vida, mesmo que através de dezenove perguntas em um e-mail foi diferente e necessário. As vezes responder perguntas que nós mesmos nunca tínhamos parado pra pensar, faz com que a gente repense e relembre do porquê e como chegamos onde chegamos. Queria eu ter a oportunidade de conhecer o Felipe, digo conhecer mesmo, conversar e passar um dia com ele, sei que a sua influência na minha mentalidade artística seria concreta e diferente. Mas já através das linhas de suas respostas digitadas, pude perceber alguém que ama a arte e em especial, o grafite.

 

Acredito que é na infância e pré-adolescência que criamos nossos principais gostos e características. Com 13 anos, em meados de 1992, as revistas de skateboard chamaram sua atenção, e mesmo com pouco conhecimento e informação escassa sobre o tema, começou a desenhar esse gênero. Um dia, assistindo MTV YO, numa televisão facilmente confundida com uma caixa cinza e quadrada, pelo menos com tela colorida, assistiu a entrevista com Os Gêmeos, referência em grafite, e assim passou a acompanhar a Revista Fiz Grafite produzida pelos irmãos. Despertou a vontade de pesquisar mais e prestar atenção em detalhes como cor, traços e texturas. Usar a web era difícil, nada como internet discada, para ajudar nas pesquisas de referências.

Os caminhos da escola para casa também eram aula. Passava por ruas onde encontrava os poucos grafites de Porto Alegre, feitos pelo grande amigo e "cumpadi" como ele carinhosamente o chama, Luis Flavio. O ápice foi quando se mudou para o Rio de Janeiro em 1998. Durante 16 anos na capital carioca, o seu conhecimento se expandiu de forma que aos poucos o grafite se tornou atividade profissional. As experiências e vivências foram "inacreditáveis" como ele mesmo caracteriza, e isso fez com que a arte atingisse uma forma profunda e vívida na sua vida. Gostava de pintar sozinho, refletindo e pensando em cada linha e textura que produzia. Entretanto, dividir esses momentos com amigos também produzia uma endorfina boa para encher o peito de felicidade.

Acredita fortemente na teoria da predestinação, confia que antes de nascer, o seu destino já estava traçado de tal forma para que o grafite se tornasse o que é hoje: identificação natural da vida, sagrado. É como se cada problema, felicidade e decisões tomadas estivessem interligados para que ele pudesse viver a vida grafitando. O grafite já faz parte dele. É reconhecido pela arte que produz desde 1998, onde começou também a dar aulas. O benefício disso tudo sempre foi ajudar as pessoas a verem novas perspectivas e transformar realidades urbanas. Sabe que não pode mudar o mundo, mas pode mudar o seu mundo e todos os que de alguma forma estão e estarão inseridos nele.

 

Para toda ação existe uma reação, ou podemos citar também a Lei de Causa e Efeito que em resumo, a causa seria a origem, o porquê de uma manifestação e o efeito a consequência direta de algum ato ou ação anterior a este. E para Felipe, essa lei se aplica na relação entre grafite e pichação, sendo que a pichação é a origem e o grafite uma consequência direta deste.

 

"Uma coisa que sempre defini durante minha jornada, vivenciando os dois mundos, é a diferença estética entre essas duas artes. Porém, nunca esquecer que o grafite só existe por conta dessa denominação "pichar" que só existe no Brasil pois no restante do mundo, soa as mesmas coisas, escritas urbanas."

 

 

 

 

 

 

Se é uma profissão? Sim. A partir do momento em que se faz comercialmente, pode ser profissão. Felipe já trabalhou como professor durante 15 anos em escolas públicas do Rio de Janeiro, dava aulas sobre a função da Arte Grafite e cultura Hip Hop.  Há quatro anos ele não tem emprego fixo, é freelancer em ilustração e grafite. Tem a guarda compartilhada do filho de quatro anos de idade, Theodoro, nunca faltou sustento em casa, Theo ama o que o ele faz. Os irmãos de Felipe são cada um de um canto, no total são sete filhos. Uns moram em Porto Alegre e outros no Rio de Janeiro, a relação com eles é de irmão mesmo, ficam anos sem se falar, mas quando se encontram é como se nunca estivessem longe.  O pai já é falecido, mas a mãe Jane Maria Reis, apoia seu trabalho, mas nem sempre foi assim. 

 

 "Quando comecei a trabalhar e ganhar dinheiro com a arte eles não entendiam, mas hoje em dia ela me liga perguntando se estou com muito trabalho, eles entendem que construí um mundo, sou respeitado pelos caminhos que já percorri".

 

Suas telas de pintura preferida são as paredes das favelas. "É como estar em casa com o pé no sofá e controle na mão". Já passou por dificuldades com polícia, mas só na época que o preconceito com o grafite era mais presente do que hoje. Antes não era comum as pessoas pararem pra tirar foto de grafite, elas denunciavam quando viam alguém com spray colorido na mão em frente a parede. E é justamente em frente as paredes da periferia que ele se sente acolhido e com um amor recíproco. 

 

"Muitos brasileiros persistentes como eu, que estão há tanto tempo nesse mundo, enfrentaram muitos preconceitos, mas a insistência por se dedicar a pintura de rua foi a grande transformação". 

 

O grafite brasileiro tem o estilo próprio. O jeitinho brasileiro está ali com sua linda subjetividade em cada textura, sombra e pintura.

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MINHA ARTE...

E você? Como é o seu grafite? Conte pra gente, envie o seu vídeo contando de onde você é e como é o seu trabalho. Ah, e não se esqueça de compartilhar o que é essa arte para você. 

Grafitti, Grafiti, Grafite ou Grafito?
Todas essas expressões estão corretas, porém, no seu devido contexto. 

Grafitti é um estrangeirismo, ou seja, uma palavra de outro idioma que nesse caso é do italiano e é emprestada e utilizada na Lingua Portuguesa. Traduzindo do idioma original ela significa frases ou desenhos feitos em muros e paredes de locais públicos. 

 

Grafiti e grafito é a tradução do termo em italiano para a Lingua Portuguesa. Os dois são lexicalmente corretos. 

 

Grafite ou grafita (mais usado no Brasil), está relacionado primeiramente com o mineral à base de carbono utilizado no lápis. No entanto, em alguns dicionários o "grafite" também aparece definido como pinturas feitas nas paredes e nos muros das ruas. 

 

Resumindo, se você pretende expressar a forma de arte urbana é recomendável usar grafiti ou gráfito. Não é aconselhável o uso de grafite ou gráfita porque pode induzir ao erro de interpretação do leitor no sentido de apontar para o mineral à base de carbono. Porém, usar esse termo "grafite"também está correto. 

A arte tem passado por diversos estilos ao longo da história e cada movimento artístico influenciou também a linguagem escrita. Acompanhe a trajetória da literatura brasileira desde o inicío até hoje.

#TBLITERÁRIO

CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS 

AURITHA

"Só não fiz como Iracema

A de José de Alencar

Sou do povo tabajara

De Poranga no Ceará

Onde o céu é mais celeste Destaque em todo nordeste Pelo toque do maracá"

Para adquirir um exemplar, clique aqui.

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Para quem prefere ir até a livraria e dar uma olhada em diferentes gêneros, a Flip oferece isso e muito mais.

FLIP

Imagine um lugar onde os livros penduram das árvores, seus escritores favoritos caminham pela calçada e pessoas de vários lugares do mundo são unidas por um mesmo assunto: literatura.

A Festa Literária Internacional de Paraty é uma manifestação cultural que proporciona uma experiência única para quem gosta de ler e compartilhar novas ideias. Uma vez por ano, autores se reúnem em conversas que transitam por múltiplos temas, como teatro, cinema e ciência.

A programação do evento combina literatura infanto-juvenil, performance, debates, artes cênicas e visuais. Cada edição presta homenagem a um autor brasileiro como uma forma de preservar, perpetuar, difundir e valorizar a língua portuguesa e as produções nacionais.

Escritores Nacionais

Diversos autores nacionais participam da FLIP cada ano.

Patriamada conversou com um deles: Léa Ferro.

Gaúcha, radicada no Litoral Norte de São Paulo, é poeta escritora e antalogista.

Quantas vezes você tem participado da Flip?

2017 e 2018. Ano passado como autora e este ano como organizadora de livro de poesias com vários autores

 

Qual a importância de um evento como este?

A FLIP, apesar de ser um evento bastante seletivo, e ousaria dizer elitizado, de certo modo, é muito importante para autores, pois abre portas no mundo da literatura que solidificam o trabalho dos autores nacionais. É a maior feira de livros do mundo, atualmente, e traz um retorno considerável. Tanto em matéria de vendas de livros como de feed para o autor.

 

Como é o contato com os leitores no festival?

Nestes eventos recebemos críticas e elogios que auxiliam na construção da escrita. Quando se tem contato com leitores passamos a escrever de forma mais preocupada e responsável. Tenho leitores que se tornaram amigos ao longo dos anos.

 

Quais foram as novidades no 2018?

A FLIP deste ano trouxe Hilda Hilst como homenageada e incentivou algumas mulheres que não publicavam seus poemas a participar do livro "Poematize-se". Tirar os poemas da gaveta não é fácil. Requer coragem. Foi muito importante o tema do evento. O caminho literário para as mulheres é mais fechado do que para os homens.

No seu caso, como tem sido sua trajetória sendo mulher?

Através de amigas autoras, descobri que editoras pequenas dão muito valor aos novos autores e dão imenso valor às mulheres. Dedicam coletâneas para mulheres, inclusive. Escrevo desde os 14 anos - tenho 40 -  e minha primeira publicação em livro físico foi em 2014. Após isto, muitas portas se abriram, incluindo FLIP e Bienal do Livro.

Qual é o público que se identifica com suas obras? Qual o retorno da parte deles a respeito da sua escrita?

Maior parte do público é de mulheres. Escrevo literatura queer, (homoafetiva) ultimamente como forma de enfrentar o comportamento heteronormativo, como se fosse a única forma de amor. Não é. O retorno, acima de tudo, são muitas amizades (público na internet desde 2003) e nos últimos 4 anos angariou a venda de livros e coletâneas que participei. O retorno também me trouxe o incentivo ao desafio literário chamado NaNoWriMo, através de amigas escritoras

Escreve desde os 14 anos, nessa trajetória tem passado por diferentes temáticas e estilos literários? Quais são eles?

Comecei a escrever quando adoeci gravemente, na adolescência. Sou portadora de doença rara e escrevia como forma de passar o tempo e superar situações. Hoje escrevo sobre amores, política, guerras, homofobia, racismo

Tem autores brasileiros que lhe servem de inspiração até hoje?

Clarice Lispector é, com certeza, uma grande inspiração. Desde sempre. Ela não temia e escrever. Era visceral.

Acredito que seu trabalho já tem deixado marcas, afinal, isso é o que buscamos como escritores. Se você pudesse resumir seus textos em um parágrafo só, o que falaria em poucas linhas?

Poesia é oxigênio. É uma frase de uma poema que adoro e resume tudo.
Dizem que poesia surte mais efeito que livros de autoajuda. Espero que seja verdade.

Tem coisas que são só nossas 

Literatura de Cordel

O Dia 19 de setembro de 2018, a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Este tipo de literatura é uma manifestação literária tradicional da cultura popular brasileira, precisamente do interior nordestino. Os estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte e Ceará são o berço desta tradição.

Sua forma mais habitual de apresentação são os “folhetos”, pequenos livros com capas de xilogravura que ficam pendurados em barbantes ou cordas, e daí surge seu nome. A literatura de cordel é considerada um gênero literário geralmente feito em versos. Ela se afasta dos cânones na medida em que incorpora uma linguagem e temas populares.

 

Fábio Alves é um Poeta-Cordelista graduado em Letras pela Universidade Estadual de Alagoas. Ele teve contato com a literatura de cordéis na infância. Desde pequeno sua mãe recitava cordéis para ele, e assim cresceu com amor pela escrita. Mas, foi na faculdade onde descobriu seu dom poético ao fazer sonetos, quadras e sextilhas. Uma das suas primeiras obras foi quando escreveu a história da sua cidade em forma de cordel.

"Para a mais nova geração

Rabisco traços com pincel,

Para descrever a história,

Dessa cidade sobre papel,

Da colonização até agora

São José da Tapera in cordel."

Porém, a literatura de cordel não ficou apenas no Nordeste. O cordel hoje é disseminado por todo o Brasil, principalmente por causa do processo de migração de populações. E nas ruas de São Paulo, também há contos narrados. “Uma nota de jornal” é um dos cordéis que o escritor paulista, Angelo Asson, escreveu nos seus folhetos.

Ouça a continuação: Uma nota de jornal.

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A sala de aula é um ótimo lugar para incentivar o hábito da leitura. A professora Maria Cecilia Silva se dedica a incentivar a prática nas crianças. Se você participa de alguma iniciativa alusiva a literatura, mande pra gente!

Incrível!

Assistir filmes também faz parte da iniciativa escolar. Quanto você conhece do cinema brasileiro? Reviva a história com o podcast que preparamos para você!

E falando sobre literatura... o quanto você aprendeu na escola?

Quando se pergunta por início da literatura brasileira, automaticamente pensamos na chegada dos portugueses ao Brasil. Mas, se antes deles o território já era habitado, qual era o tipo de registro que se utilizava? De fato, os povos indigenas que moravam aqui não possuiam escrita. Assim só existem relatos de jesuítas e europeus (franceses, alemães, espanhois, holandeses, ingleses) sobre os povos indígenas. Ainda assim, eles tinham seu próprio meio de expresão: a oralidade.

 

Para o historiador Elder Hosokawa, a cultura dos povos tem estado presente ao longo da história da literatura brasileira. No século XIX , por exemplo, o romantismo brasileiro se inspira de forma manipuladora sobre temas indígenas. Também se reelaborou o mito do bom selvagem de Jean Jacques Rousseau do século XVIII.  E temos a obra de José de Alencar que idealizou a figura dos povos nativos como guerreiros corajosos e valentes ao escrever Iracema (anagrama de America) com propósito de forjar a identidade do Brasil a partir da simbiose dos índios, europeus e africanos.

 

Atualmente, a cultura dos povos indígenas está sendo disseminada por pessoas que saíram das suas aldeias e alçaram sua voz em nome do seu povo. Aurilene é uma delas. 

 

"Auritha é meu verdadeiro nome e Francisa Aurilene é o nome que a sociedade me impôs", afirma ela. Para Auritha Tabajara, contar histórias é um legado familiar, pois duas gerações atrás, sua bisavó já era conhecida por exercer tal prática. Nāo saber ler nem escrever nāo é obstáculo para que sua família mantenha viva a história do seu povo. Porém, desde pequena foi incentivada pela avó para que aprendesse o português afim de escrever a sua própria história.

 

Além da linguagem escrita ser meio para dar continuidade à sua cultura, é uma ferramenta para que os não indígenas vejam a história de outra perspectiva. Já que nos livros de história não há registros dos acontecimentos que levam em conta a visão dos povos aborigines. Como ela mesma diz: "Tá na hora de nós dizermos quem somos e deixar isso escrito."

"Nossa história foi contada

Por gente de grande cidade

Para a nós mesmo ensinar

Sem saber da realidade

Por isso resolvi escrever

Na literatura desenvolver

E evoluir pra humanidade."

...

"Por isso meu desabafo

Já que aprendi a ler

Escrevo em português

Pois é mais fácil entender

Queria meu povo educar

E na língua alfabetizar

Ver nosso povo crescer."

 

 

O Brasil produz mais filmes do que você imaginava?

É provável.

Mas, onde se informar sobre essas obras?

Festivais

Apresentação do filme no Cine Brasília. 

16/09/2018

Foto: Júnior Aragão, Página do Festival de Brasília no Flickr

 BRASÍLIA

O anual Festival de cinema de Brasília chegou a sua 51º edição. O evento mais antigo do Brasil nesse gênero é exclusivo para produções brasileiras. Cerca de 750 filmes, sendo 80% deles de curta metragem. Foi a segunda maior marca de candidatos da história do evento. Atrás somente do ano anterior, que teve 778 de longas e curtas metragens brasileiras. A comissão do festival seleciona os melhores trabalhos e exibe, gratuitamente, em diversos pontos da capital federal. Ainda são distribuídos 350 mil reais para essas produções.

O festival foi uma iniciativa de professores da UnB (Universidade de Brasília). Eles planejaram usar a ciência para mudar o país, através do cinema. No ano de 1965 teve a primeira semana, que depois virou tradição. Somente foram canceladas três edições, por conta da censura militar.

RIO

Criado em 1999, o Festival do Rio comemora 20 anos. Apesar da recente criação, já é conhecido mundialmente. Fundado a partir da junção de dois festivais cariocas: o “Rio Cine Festival” e a “Mostra Banco Nacional”. Que já eram bem conhecidos desde a década de 1980. Nessa vigésima edição, o festival recebeu 200 filmes de mais de 60 países para serem avaliados. Esses trabalhos serão transmitidos em 20 cinemas da cidade. O Festival do Rio é um dos principais do cinema mundial.

Exibição do filme Sequestro Relâmpago na Odeon

Data: 07/11/2018

Foto: Christian Rodrigues

Site: Página do Festival do Rio no Flickr

GRAMADO

Ceremônia de abertura

Foto: Cleiton Thiele/Pressphoto

GRAMADO

No Rio Grande do Sul, o Festival de Gramado agita os cinemas gaúchos. É considerado um dos três melhores do país. Com 46 anos, o evento é um marco anual da cidade. Desde 1992 abrange produções brasileiras e quanto Latinas. As premiações são divididas em longa-metragem brasileiro, longa-metragem estrangeiro e curta-metragem brasileiro. A última edição do evento foi considerada como a mais inclusiva de todos os festivais. Com adaptações dos filmes para cegos e surdos. Na semana dessa festa, os filmes finalistas são exibidos para o público. O Festival já é um dos três pontos que mais chamam a atração dos turistas. A o lado do chocolate típico da cidade e a festa natalina. A valorização dos trabalhos Latino-americanos é um dos objetivos do Festival.

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